ENTREGUE SEU VOTO, NUNCA O SEU CORAÇÃO.
Infelizmente, em nossa “democracia”
existem fatores de manipulação que subsistem ao longo dos anos e interferem coercitivamente
sobre a “preferência” do eleitor. Compra e venda de votos, boca de urna, falsas
alianças, oposições fingidas, nepotismo, coronelismo, cabresto, assistencialismo,
currais eleitorais, doutrinação ideológica, culto à personalidade e fake news
são algumas das muitas condutas comuns à cultura política brasileira. Não é
preciso explicar que você como cristão não pode se amalgamar com as mesmas, antes
precisa denunciá-las como obras infrutíferas das trevas.
“Não participem das obras infrutíferas das trevas;
antes, exponham-nas à luz. Porque aquilo que eles fazem em oculto, até
mencionar é vergonhoso. Mas, tudo o que é exposto pela luz torna-se
visível, pois a luz torna visíveis todas as coisas. Por isso é que foi dito: "Desperta, ó
tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e Cristo resplandecerá sobre
ti".(Ef. 5:11 a 14).
Denunciar as obras
infrutíferas das trevas não significa agredir pessoas, pois a nossa luta não é
contra seres humanos, mas contra príncipes das trevas deste século, contra forças
espirituais da maldade. Conscientes dessa verdade, é preciso combater qualquer sentimento
de amargura contra aqueles que fizeram uma escolha política considerada incoerente.
Ora, pergunte-se quantas vezes você mesmo agiu de forma precipitada ou motivado
por interesses egoístas. Seja honesto, nunca conivente, sempre paciente. Jesus mesmo
repreendeu a Pedro por sua intempestividade e o perdoou, mesmo depois de negá-lo
três vezes no pátio do sumo sacerdote. Quando depender de você, não rompa
vínculos, preserve-os. Se não é possível uma conversa branda sobre o tema, use o
silêncio e a oração como meios de convencimento.
A política brasileira ilustra bem
o que Calvino quis dizer ao afirmar que “o coração humano é um fábrica de
ídolos”. Se você é incapaz de reconhecer, criticar e rejeitar erros do seu
candidato preferido, então você o idolatra. Como cristãos, o pior que podemos fazer
é elevarmos um limitado pecador ao posto de arquiteto de um mundo melhor ou senhor
da felicidade. Reconheço que em tempos eleitorais esse pecado tenazmente nos assedia.
No entanto, devemos perseverar-nos na carreira proposta pelo Autor e Consumador
de nossa fé. Ele, que em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a
cruz, não fazendo caso da ignomínia, agora está assentado à destra do trono de
Deus.
Por fim, entendo que um voto não
diz tudo sobre nós, mas revela muitos interesses que nos governam. Escolhemos segundo
nossos princípios, não aqueles que afirmamos crer, mas os que costumamos viver.
As escolhas de Jesus durante a tentação no deserto servem-nos para refletirmos a
respeito dessa verdade (Lc. 4:1-13): Diante da fome, Ele não transformou pedras
em pães, pois ao invés de satisfazer apetites físicos, exaltou o alimento espiritual
da obediência a Palavra de Deus; no pináculo do templo, durante a tentação ao exibicionismo,
popularidade ou vaidade pessoal, Cristo escolheu não provocar a ira Divina
sobre si; ante a satânica tentativa de suborno com o cargo de senhor do mundo, permaneceu
leal ao Único digno de toda a sua adoração.
Que o Senhor nos ajude a não
confiarmos em nós mesmos. Que os critérios estabelecidos para as pequenas e
grandes decisões da vida não sejam balizados por emoções, aceitação social ou
interesses próprios. Que a Palavra de Deus seja, de fato e de verdade, a única
regra de fé e prática dos que se afirmam seguidores de Cristo.
Pr. Alex Gadelha.
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