A inviolável liberdade de consciência e de crença

 

"É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;" Artigo V, inciso VI, da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.

No denominado “Estado Democrático de Direito”, o cidadão confia seu voto a quem quiser, da mesma forma que pratica a religião de sua escolha. O estado brasileiro é laico, ou seja, não professor de religião oficial, mas garante a liberdade de crença e descrença a todos os seus cidadãos. A laicidade não implica em ostracismo social de quem crê, pois na democracia há espaço para o debate respeitoso sobre filosofias e comportamentos. Aliás, somente em países com regimes assim, é possível uma convivência pacífica entre diferentes e discordantes.

Penso que quando um cristão, no sentido "antioquiano" do termo (At. 11:26), expõe por meio das Escrituras aquilo que crê, o faz na expectativa de que o próprio Deus se manifeste ao coração de quem o busca ou até mesmo daquele que o nega. Se por um lado, não deve ser seu propósito constranger forçosamente outros a terem a sua fé, por outro, não deve omiti-la com atitudes covardes de camuflagem ou de isenção, escravizando-se ao medo de perder o "status" e a honra do mundo (Mt. 10:32 e 33).

Uma postura correta então seria a de expor o que o Evangelho aprova e também reprova, orando para ser um instrumento em Suas mãos, pedindo para que guarde os lábios de falar dolosamente, na convicção de que somente a Verdade, Cristo, liberta. Essa intenção deve estar acima de interesses e até necessidades pessoais. Foi Jesus mesmo quem exigiu de seus discípulos um nível de comprometimento que colocasse nossa devoção acima de qualquer coisa ou pessoa, até mesmo da própria vida (Lc. 14:26).

Nunca será fácil ser cristão em um sistema onde a busca pelo conforto se tornou um ídolo que compete contra os ensinamentos de Jesus. Infelizmente, enraizados neste mundo e esquecidos do vindouro, alguns têm trocado sua primogenitura de valores por um prato de lentilhas sociais, apodrecidas por ideologias que combatem a própria fé que professam.