Posicionar-se, educa-nos!
Posicionar-se é expressar o que pensa a respeito de uma ideia ou
atitude argumentando-se a favor ou contra. Fazemos isso o tempo todo, com palavras
ou em silêncio. Esse ato diz muito sobre nós mesmos. Mostra o valor atribuído a
crenças pessoas, mostra nossas prioridades e como enxergamos o mundo.
Nossas posições provam se somos capazes de sacrificar o que cremos
em troca de vantagens ou se estamos dispostos a sofrer danos em nome de convicções
inegociáveis e pelas pessoas que amamos.
Quando não nos posicionamos alimentamos uma tirania gestada no
silêncio. Assim, o seu “não concordo” pode corrigir autoritarismos e libertar
um ambiente monopartidário, caolho ideologicamente, comum em ditaduras.
Posicionar-se ensina o convívio com o diferente, o divergente, o
contraditório. Mostra que críticas a ideias não implicam em ódio a pessoas. A
graça comum nos dá a capacidade de até apreciar a inteligência de alguém, mesmo
não concordando com nenhum de seus argumentos.
Posicionar-se ensinar a posicionar-se! Treinar o que dizer, como
dizer, a quem dizer e quando dizer. Simplificar argumentos diante da ingenuidade,
não insistir frente à ignorância intempestiva, gritar contra injustiças,
curvar-se ante a melhor ideia do outro.
Posicionar-se ajuda a descortinar interesses de quem elogia com os
lábios, mas o ignora no coração. Se uma escolha o fez inimigo de alguém, então,
é preciso manter-se sereno e desobrigar-se de um problema que independe de você
(Rm. 12:18).
Não precisa opinar sobre tudo, mas nunca silencie sobre tudo. Uma
voz sufocada rouba a alegria dos pulmões. Ao invés de reprimir-se, cozinhe bem
as palavras e sirva-as quando estiverem temperadas com sal (Cl. 4:6).
Passividade ou covardia não são atitudes cristãs. Jesus mesmo
denunciou a corrupção do templo (Jo. 2:12-22), a hipocrisia dos fariseus (Mt.
23), a presença de incrédulos entre seus seguidores (Jo. 6:64), a corrupção do
governo (Lc. 3:12 a 14).
Os posicionamentos do cristão devem promover a glória de Cristo, a
exaltação do seu amor. Odiar não está em nenhuma diretriz da missão, assim como
ser omisso ou indiferente. O amor lança fora o medo, não cruza os braços, mas cria
situações de serviço, decide, posiciona-se!
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