"Verdades absolutas em um mundo que odeia padrões"
O relativismo moral é uma corrente de pensamento que afirma a
inexistência de valores aplicáveis a todos os tempos históricos, espaços
geográficos e contextos culturais. Argumenta que todo comportamento está
condicionado por interesses pessoais ou grupais, conforme as transformações
sociais produzidas por sujeitos, grupos ou instituições que detêm a hegemonia
do pensamento na esfera educacional, religiosa, política, midiática, etc. Nesta
concepção, o mal é interpretado de forma subjetiva, ou seja, se acordo com
pontos de vista, julgamentos pessoais, sentimentos e percepções individuais.
Por exemplo, o aborto deixa de ser entendido como o assassinato de uma vida
inocente e indefesa para ser um meio de libertação de um ente que traz
desconforto ao corpo da mãe.
O relativismo está presente também na linguagem, combatendo
qualquer normatização da língua; na arte, promovendo o despudor da nudez ou da
violência; no direito, quando permite múltiplas interpretações da lei; no
comportamento, quando se valida todos os gostos sexuais; na fé, quando se
promove ecumenismo ou sincretismo religioso.
As ideias chaves do relativismo estão sintetizadas em termos
como “desconstrução”, “ressignificação”, “pluralismo”, “inclusão”,
“subjetividade”. Algumas frases usais dentro dessa cosmovisão: “Não existe
verdade absoluta”. “Todos os caminhos levam a Deus”. “Todos temos o mesmo Deus,
a diferença é que o adoramos de maneiras diferentes”. “Cada um no seu
quadrado”. “Meu corpo, minhas regras”.
O relativismo estraga a fé, pois desconfigura o conceito de
Deus (“Cada um pinta a Deus na cor que quer”); distorce a noção de pecado (“o
que define pecado é o sentimento”); ignora a reverência exigida no culto
(“todas as liturgias são válidas – show gospel, adoração extravagante, imersão
em Deus, unção do leão, da corça, do riso”); menospreza o valor da doutrina (“o
importante é uma igreja onde eu me sinta bem”); a interpretação bíblica fica à
mercê do liberalismo (o “livre exame” confundido como “livre interpretação”,
negando a necessidade do rigor exegético, hermenêutico e a iluminação do
Espírito).
A crença em valores absolutos é uma insígnia dos ensinos de
Cristo. Ele mesmo fundamentou seus discursos e práticas em textos bíblicos para
proclamar aos homens a vontade absoluta de Deus sobre diversas questões da
vida. Quando falava, fazia-o com autoridade e não na superficialidade dos
mestres da lei (Mt. 7:29). Era inflexível quanto ao preço de segui-lo (Lc.
9:57-62) e exigia total aceitação de sua Pessoa e de seus ensinamentos (Jo.
8:24; Mt. 16:24; Jo. 14:15, 21).
Imitando ao seu mestre, o cristão não aprecia uma visão de
mundo onde consideram-se válidos e dignos de apreciação ideias e comportamentos
condenados por Deus. Seus posicionamentos são regidos pela cosmovisão bíblica,
ou seja, por princípios de vida alicerçados em uma interpretação cuidadosa e
coerente com as verdades absolutas registradas na revelação Divina dada aos
homens.
Comentários