Série: Falso ou Verdadeiro? Joio ou Trigo? - INTRODUÇÃO
Os cuidados no julgar
“Queres que vamos e arranquemos o joio?” Mt.
13:28.
Campo de trigo (e de joio)
Uma das constantes advertências de Jesus diz respeito aos
perigos do julgamento precipitado e desmedido. Com base em palavras isoladas do
Mestre muitos até defendem uma postura extrema de não julgamento. Usam o “não
julgueis para não serdes julgados” (Mt. 7:1) para justificarem certa tolerância
ao pecado dos outros ou aos próprios, dependendo dos interesses do momento. O
caso da mulher pega em flagrante adultério, aquela do “quem não tiver pecado
que atire a primeira pedra”, é outra situação mal interpretada. O problema está
em não considerar o contexto desses ensinos, pois se olharmos para o todo dos
enunciados entenderemos facilmente que Jesus não está condenando o juízo nem
muito menos ignorando o pecado.
O que o Mestre reprova nestas e em outras passagens é a desmedida do julgamento, o ato hipócrita. Ele explica que a dureza com que desqualificamos os outros revolverá contra nós mesmos (Mt. 7:2). A orientação não é para conivência ao pecado, mas para a consciência daqueles que precisam ser abandonados por quem julga. Nesse assunto também é importante compreender que o perdão está implicado com o esforço de romper o ciclo de erros, com o “vai e não peques mais” (Jo. 8:11).
O que o Mestre reprova nestas e em outras passagens é a desmedida do julgamento, o ato hipócrita. Ele explica que a dureza com que desqualificamos os outros revolverá contra nós mesmos (Mt. 7:2). A orientação não é para conivência ao pecado, mas para a consciência daqueles que precisam ser abandonados por quem julga. Nesse assunto também é importante compreender que o perdão está implicado com o esforço de romper o ciclo de erros, com o “vai e não peques mais” (Jo. 8:11).
Para Jesus a nossa atribuição de valor ao outro não deve ser
pautada na aparência, mas na reta justiça (Jo 7:24); nos frutos de
transformação (Lc. 6:43); na prática do amor (Jo. 13:35). Devem-se considerar
esses aspectos da vida, sem esquecer a autocrítica, o julgar a si mesmo.
Um julgamento
precipitado e sem misericórdia seduz, ao mesmo tempo em que destrói. Os
fariseus de tanto apontarem os pecados dos outros, criaram uma casca religiosa
para esconderem a podridão de suas almas. O senso de superioridade estava
fundamentado no rigor do cumprimento das práticas rituais de sua religião. A
parábola do fariseu e do publicano explicita muito bem tal concepção (Lc.
18:9-18). Mas diferente dos homens, Jesus vê o miolo, o coração distante de
Deus (Mt.15:8). Por isso, foram tenazmente condenados, convocados ao
arrependimento e duramente repreendidos através de princípios que contrariavam
qualquer senso de meritocracia (Mt. 21:31).
Para não incorrer no pecado dos fariseus (julgarem a si mesmos superiores), é necessário um rigoroso senso de vigilância. Isso implica em ouvir os ensinos de Jesus pensando em como aplicá-los na própria vida. Olhar para as próprias atitudes, medi-las pela Palavra, conformá-las ao Seu Exemplo. Quando focamos nos deslizes e pecados alheios, esquecemos a nós mesmos. E quando isso acontece nos tornamos especialistas em orgulho, preguiça, avareza, impureza, maldade e falsidade dos outros, dependentes da desgraça alheia para alimentar um sentimento doentio de jactância.
Para não incorrer no pecado dos fariseus (julgarem a si mesmos superiores), é necessário um rigoroso senso de vigilância. Isso implica em ouvir os ensinos de Jesus pensando em como aplicá-los na própria vida. Olhar para as próprias atitudes, medi-las pela Palavra, conformá-las ao Seu Exemplo. Quando focamos nos deslizes e pecados alheios, esquecemos a nós mesmos. E quando isso acontece nos tornamos especialistas em orgulho, preguiça, avareza, impureza, maldade e falsidade dos outros, dependentes da desgraça alheia para alimentar um sentimento doentio de jactância.
O Justo Juiz é quem pode fazer com precisão a distinção entre os homens.
Na sua mensagem classifica-os em dois grupos antagônicos: os filhos da luz e os
filhos das trevas. Em natureza todos são iguais, “porque todos pecaram e
carecem da glória de Deus”, mas é na relação com o Criador que reside a
diferença. A separação se dá a partir das decisões a respeito da adoração e da
obediência a Deus. Ele procura adoradores que o adorem em espírito e em verdade
(Jo. 4:23, e 24). Eles estão no campo, próximos ao joio, visualmente
confundíveis, mas distintos em ações.
Na Parábola do Joio e do Trigo há um desejo avassalador dos servos em
arrancar a erva daninha. O Agricultor prudentemente os aconselhou a esperar a
ceifa. Com o tempo o processo de maturação torna o trigo viçoso e apesar da
semelhança, é possível extrair o joio e queimá-lo. Enquanto este traz
escândalos e pratica a iniquidade, o trigo alimenta a alma com o pão da vida, a
palavra pregada e vivida, pensamentos e atitudes em conformidade com o amor de
Jesus Cristo.
Na natureza é impossível transformar joio em trigo, mas no reino espiritual
Deus tem esse poder. Por isso, é preciso moderação e paciência no trato com
pessoas que julgamos irremediáveis, incorrigíveis ou incuráveis. Enquanto
estiverem no campo, dividindo o mesmo mundo, haverão de ser suportadas e
amadas, com a mesma misericórdia e amor que Jesus derrama sobre nós
diariamente. Serão exortados, repreendidos, disciplinados, adubados com Palavra
de Deus, o Evangelho de Jesus. E dependendo da reação, serão colhidos e unidos
ao trigo no Celeiro Celestial.
Pr. Alex Gadelha
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