Se Cair Não Desista


A idéia de um super-homem santo não é coerente com a espiritualidade ensinada por Cristo. Fico assombrado com os “profetas” da mídia quando os vejo determinando a hora, o tipo e o lugar da bênção. Vestidos com a máscara da consagração, ousam impor o seu querer sobre a vontade de Deus. Não aceitam problemas e logo “decretam a vitória” por meio de um jargão mágico pronunciado com convicção. Usam versículos fora do contexto para estribar suas heresias e mostrar aos fiéis que Deus os pôs “por cabeça e não por cauda”, para está “em cima e não debaixo”.

O problema é que quando tais “profetas” caem, quando não conseguem tomar posse daquilo que afirmam ser deles, inventam desculpas ridículas ou distorcem o que tinham dito. Por transmitir a imagem de impecáveis, levam à decepção muitas pessoas sinceras que imprudentemente se espelharam neles.

A prepotência nunca foi um caminho para se aproximar de Deus. Se olharmos para grandes homens de Deus, iremos perceber que eram pessoas simples, sujeitas aos mesmos sentimentos e fraquezas que todo homem possui. E confortante é saber que o registro de seus tropeços está na Bíblia para nosso ensino e advertência. Tudo o que foi escrito, para o nossa instrução foi escrito, a fim de não repetirmos os mesmos erros:

1. Abraão, o pai da fé, foi subserviente à incredulidade de Sara e aceitou deitar-se com a serva egípcia Hagar;
2. Isaque, seu preferencialismo causou transtornos em sua família;
3. Jacó, pai das doze tribos de Israel, foi oportunista, aproveitou a necessidade do irmão, comprou a primogenitura, se disfarçou e roubou a bênção;
4. Moisés, o libertador, duvidou de Deus quando chamado para sua missão, impaciente bateu na rocha duas vezes e perdeu a entrada para Canaã;
5. O rei Davi, homem segundo o coração de Deus, adulterou, mentiu, foi o mandante da morte de Urias;
6. Salomão, rei mais sábio e rico de seu tempo, foi engodado pelo poder, vangloriou-se, prostituiu-se com mulheres pagãs.

Parece inacreditável, mas todos estes foram instrumentos preciosos nas mãos de Deus. Não devido a seus erros, mas por causa do arrependimento que demonstraram. Eles não foram consumidos por um sentimento de autocomiseração nem ficaram indiferentes aos seus pecados, mas levantaram-se, limparam a lama e voltaram para os braços do Pai, como o filho pródigo da parábola narrada por Jesus (Lc. 15:11-32).

Não existe nada de bonito no pecado. Todavia, se depois da queda, o homem mostrar um espírito quebrantado, um coração compungido e contrito, Deus não o desprezará. Entenda como são preciosas e significativas estas atitudes inerentes ao arrependimento (Sl. 51:17):

Quebrantamento – Um sentimento de dor na alma, angústia. É sentir-se ferido por dentro, quebrado, despedaçado. Pode ser gerado por uma desgraça, situação de perda ou condição de erro. Em situações assim, ansiamos a consolação de Deus.

Coração compungido – Compungir-se é ter consciência do erro e sentir-se incomodado por ele, esfaqueado. É não se aquietar até corrigir-se (At. 2:37; 2 Co. 7:10).

Contrição – Aquela tristeza decorrente da transgressão. Ela deve vir acompanhada de um intenso desejo de mudança.

Todos nós estamos sujeitos ao lamaçal. Aquele que está em pé deve vigiar para não cair, pois nossos erros geram conseqüências sobre a vida de pessoas que amamos e ainda deixam cicatrizes em nossa alma. A situação piora quando não confessamos, escondemos e nos mantemos rebeldes. Um coração endurecido atrai a ira de Deus (Hb. 3:12-15). Quando errarmos, a melhor opção é o arrependimento.
Pr. Alex Gadelha

Comentários

Anônimo disse…
Gostei bastante do texto. Deus te abençoe.

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