A Justiça do Homem de Nazaré

Lc. 20:19-26

Equidade é definida como a “disposição de reconhecer igualmente o direito de cada um”. Alguém equânime é alguém que trata com honestidade, retidão, justiça, imparcialidade. Ao longo de seu ministério, Jesus foi seguido e reverenciado por figuras de grande influência e poder social, diante de tais personalidades muitos seriam tentados ao favoritismo. Mas o Senhor não buscava glória de homens e tratava a todos com reto juízo. Para Ele, o dinheiro, a aparência, a fama ou a sabedoria humana, não daria o direito a um tratamento diferenciado ou exclusivo. Durante toda a sua vida, manifestou um caráter justo, condenando o erro e exaltando a justiça.
         Diariamente Jesus ensinava no templo, era observado por fariseus, escribas, herodianos e saduceus, que formavam a elite político-religiosa de Israel e ardiam em ciúmes devido a atenção e respeito que o povo lhe prestava. Eram grupos opostos, mas que estavam unidos no propósito de matar o nazareno (Lc. 19:47, 48). Para isso, armavam ciladas intelectuais, com perguntas que colocassem Jesus contra o povo e/ou contra o governo romano.
         Uma destas perguntas envolveu uma mulher pega em flagrante adultério. A lei de Moisés mandava apedrejá-la, mas a Lei Romana proibia qualquer pena capital (morte) sem o consentimento do imperador. Insistiram para que Jesus opinasse sobre aquela situação: “Na lei, nos mandou Moisés que tais mulheres sejam apedrejadas; tu, pois, que dizes?” (Jo. 8:5). Estavam procurando algo para terem de que o acusar, para instigar um tumulto. Jesus tranquilamente escrevia na terra com o dedo e devido a insistência dos fariseus, levantou-se e disse-lhes: “Aquele que dentre vós estiver sem pecado, seja o primeiro que lhe atire a pedra” (Jo. 8:7). Sua resposta mostrou justiça e imparcialidade. Os acusadores largaram as pedras e se retiraram. A mulher foi perdoada e exortada a deixar o pecado (Jo. 8:11).
         Numa outra situação estava a questão do tributo imperial, motivo de opressão, revolta e corrupção em Israel. Os seus adversários o abordaram com palavras de lisonja, chamando-o de Mestre, elevando a integridade de seu ensino e elogiando sua indiferença ante o louvor dos homens. Queriam dopar a Jesus, “massageando-lhe o ego”, tentando-o com belas palavras. Depois dos elogios, perguntaram se era lícito pagar tributo a César (Lc. 20:22). Eles armaram uma tocaia: Se a resposta fosse proibitiva: “Não é licito pagar imposto”, o povo o aclamaria como rei e seus interlocutores o acusariam de motim ou rebeldia contra Roma. Se a resposta fosse positiva, “sim, é lícito tributo a César”, seria tido como traidor da nação, odiado e desacreditado. Ele não quis obter louvor da multidão nem procurou méritos do Império, preferiu agradar a Deus com palavras justas e imparciais: “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. Apenas a moeda temporal deveria ser entregue a César, isso porque a sua autoridade era concedida por Deus (Rm. 13:1-7). O eterno pertence a Deus e a Ele devemos entregar.

A adoração (Mc. 12:30),  o louvor, a total obediência, a nossa existência precisam convergir para Deus, o Soberano sobre tudo e todos.

        Amados, somos orientados a moldar nossas atitudes e pensamentos aos de Cristo (1ª Co.11:1). Viver com equidade é viver como Jesus, sem a obsessão de agradar os outros para granjear honra (Tg. 2:1-9). É tratar com a verdade, julgar sem parcialidade e amar sem interesses próprios.

                                                                                                                     Pr. Alex Gadelha

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