A Vida com Deus
“Criou Deus, pois, o homem à Sua imagem, à imagem de Deus o criou” (Gn. 1:27). Crer no Criador ajuda a esclarecer as muitas questões existenciais da vida humana, inclusive aquelas que dizem respeito à nossa própria humanidade. A necessidade de entender a si mesmos suscita perguntas que impelem os homens a buscarem a origem, o sentido, a explicação da vida. Ora, acreditar que o homem é fruto de uma evolução bacteriana ou uma continuidade primata rebaixa-o à condição de um ser irracional, uma besta. No relato do Gênesis e em toda a Bíblia não encontramos o homem classificado como um animal, mas, pelo contrário, recebendo o poder de dominá-los, um ser singular em seus atributos. Somos comparados e servidos por anjos (Hb. 1:14); a coroa da Criação (Sl. 8:5); os últimos seres criados, os primeiros e únicos a terem consciência. O planeta e tudo o que nele há foi arquitetado para ser nossa Oikos (casa a ser administrada). O corpo, a alma e o espírito possibilitam-nos a criatividade, a memória, a inteligência, a consciência e tantas outras faculdades que nos permitem experimentar cores, sons, gostos, odores, sensações e ainda a capacidade de refletir sobre a vida.
O tempo, o prazer, o trabalho, a política, a cultura, o conhecimento, a morte e tantas outras dimensões são pensadas e experimentadas a medida da compreensão e de escolhas pessoais. O modo como as administramos produz resultados que alimentam a alma, adoecem-na ou a destroem. E neste tempo e espaço que habitamos é o posicionamento em relação a Deus que determina a qualidade da existência, bem como será o critério para o julgamento, para a eternidade com ou sem Deus.
Se os alicerces de nossos raciocínios, sentimentos e ações são frágeis, o edifício vital racha, goteja, afunda, desaba. Fundamentar-se em Deus, vivê-lo no dia a dia trará segurança para aquele que nEle crê e ainda transbordará para a alma mais próxima. E o que significa estar em Deus? Permanecer em Deus significa deter-se em amar, transbordar em amor. “Deus é amor: aquele que permanece no amor permanece em Deus e Deus permanece nele.” (1ª João 4:16). “Aquele não ama, não conhece a Deus, pois Deus é amor” (1ª Jo. 4:8).
Como o Único exemplo em excelência de amor na e à humanidade, Jesus foi um homem de seu tempo, ao mesmo tempo em que viveu fora dele. Ele não negou as dimensões política, cultural e religiosa da vida, mas exortou os seus discípulos a viverem-nas de modo diferente: Eles deveriam pagar impostos, mas separando o Reino de Deus do Império de César (Mt 22.17-21); Obedecer a Lei de Moisés, mas não se coadunar com as práticas dos que assentavam-se em sua cadeira (Mt. 23:1 a 3); Quando rompeu com práticas culturais explicou-lhes o porquê (Mt. 15:11; Jo. 13:14). Ainda ensinou sobre o casamento, sobre o saber, sobre a tradição, o trabalho, a infância, a morte. Em todos os seus ensinos o ingrediente do amor estava presente. Desde a justiça na purificação do templo (Jo. 2:13-16) à misericórdia no perdão a mulher flagrada em adultério (Jo. 8).
Desde a Criação o mundo girou milhares de vezes, mas o homem continua o mesmo. Em sua essência continua pecador, transgressor da lei divina, inventor de males e distante da Vontade de Deus. A esperança que nos acaricia é a de que os princípios para a vida eterna continuam vivos; o amor de Deus em Jesus ainda viceja. Crer, receber e viver esse amor fará toda diferença nos caminhos, estações e dimensões da vida.
Pr. Alex Gadelha
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