Um Homem Movido de Grande Compaixão

Jo. 11:1-46

    O que está acontecendo com a humanidade? De onde vem tanto desprezo pelo próximo, pelo solitário, o enfermo, o preso e o necessitado? Os homens estão mais insensíveis à dor alheia. E insensibilidade não é virtude, é doença da alma. O apóstolo Paulo profetizou que nos últimos dias os homens seriam egoístas, desafeiçoados, implacáveis, cruéis, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus (2ª Tm. 3:1-5). Falta compaixão, falta o compartilhar de si mesmo para aliviar o fardo dos outros.
    Enquanto os religiosos de sua época gabavam-se de uma suposta santidade e pureza, Jesus mostrava-se um homem piedoso e compassivo, procurando e sendo procurado por enfermos, pobres e marginalizados. Censurava os fariseus porque estes seguiam rigorosamente a lei, mas negligenciavam os preceitos mais importantes dela: a justiça, a misericórdia e a fé (Mt.23:23; Mq. 6:8). A “misericórdia farisaica” tinha como fim o reconhecimento dos homens e isso não agrada a Deus (Mt.6:1-4). Quando Jesus curava, alimentava e consolava os que estavam em sofrimento, não pretendia atrair “popularidade”, agia assim porque tinha compaixão. Eram atos de amor e não estratégias de manipulação.
      Certa vez, quando estava nas proximidades do rio Jordão, Jesus recebeu a notícia de que: “estava enfermo aquele a quem amas” (vs. 3). Referiam-se ao amigo Lázaro, irmão de Marta e Maria, na casa de quem uma vez se hospedaram (Lc. 10:38, 39). Após receber o comunicado, o Senhor ainda demorou dois dias para atendê-lo. Ora, ele bem sabia o milagre que estava a fazer. Nem chegou a Betânia, Marta saiu ao seu encontro lamentando sua ausência durante a enfermidade do irmão. Cristo a consolou dizendo: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente. Crês isto?” (vs. 25, 26). Marta ao ouvir isto confessou sua fé dizendo “eu tenho crido que tu és o Cristo, o Filho de Deus que devia vir ao mundo” (vs. 27).
       A morte aflige a alma. Jesus sabia disto, pois em outras ocasiões consolou pessoas que pranteavam entes queridos (Lc. 7:13; 8:49-56). Diante do sentimento de perda causado pela ausência de Lázaro, O Senhor “agitou-se no espírito e comoveu-se” (vs. 33). A sua reação não ficou oculta, foi expressa através de lágrimas. A Bíblia diz claramente que Jesus chorou (vs. 35), e não foi a única vez que se registrou este fato (Lc. 19:41). A compaixão não se resume apenas no sentir ou no chorar, envolve o agir. O apóstolo Tiago escreveu: “Se um irmão ou uma irmã estiverem carecidos de roupa e necessitados do alimento cotidiano, e qualquer dentre vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, sem, contudo, lhes dar o necessário para o corpo, qual é o proveito disso? (Tg. 2:15, 16). Jesus sentia, mas também agia: perguntou onde estava o corpo, mandou afastar a pedra e ressuscitou a Lázaro (vs. 34-44).
          Não foi apenas a morte que causou compaixão no Mestre. A fome alheia fez com que multiplicasse os pães e os peixes (Mt. 15:32); a aflição e o cansaço do povo, o fizeram interceder junto aos discípulos (Mt. 9:36-38); o sofrimento dos doentes movia-o a cura (Mt. 4:23, 24); a condenação eterna dos homens, fez com que Jesus deixasse seu trono de glória para sacrificar-se na cruz (Rm. 5:8).
      Nós, como Igreja do Senhor, não podemos nos tornar insensíveis a dor alheia. Precisamos usar de compaixão para com os que sofrem, cuidando também daqueles que ainda não conhecem o Salvador. 

Pr. Alex Gadelha


Comentários

Unknown disse…
Bom dia Pr. Excelente post. Que Deus continue lhe abençoando ricamente.

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