Meditar
O dicionário apresenta três definições para o verbo meditar: 1ª. Submeter a exame interior; ponderar; 2ª. Estudar, considerar, refletir; 3ª. Concentrar intensamente o espírito em algo, pensar. Assim, um “meditabundo” (palavra esquisita!) é alguém que medita profundamente; pensativo, meditativo.
Aprecio a 3ª definição, pois coloca a meditação como sendo algo intenso realizado no íntimo. E, sobretudo, porque a Bíblia ensina que a meditação ocorre no coração, é uma investigação no recôndito de nossa vontade, emoção e pensamento. Por isso, o conteúdo daquilo que internalizamos somente Deus e nós mesmos sabemos. Aliás, pecamos quando gastamos nossos pensamentos com pornografias, invejas e estratégias de engano. O rei Davi, em um de seus vários momentos de meditação, expressou nos seus salmos o desejo de que as palavras dos seus lábios e o meditar do seu coração fossem agradáveis na presença de Deus (Sl. 19:14 e 104:34). A discreta Maria, mãe do homem Jesus, após ouvir o que os pastores falaram acerca do seu filho, “guardava todas as palavras, meditando-as no coração” (Lc. 2:19). Por esses dois exemplos, posso entender que o homem e a mulher temente a Deus zelam até pela sua consciência (Fl.4:8; Cl. 3:2).
Vários são os objetos de contemplação do homem. A beleza de um corpo atlético, a sofisticação de um carro, a arquitetura de uma casa, a profundidade de um texto ou a sutileza de uma poesia. Muitas coisas nos fazem fixar o olhar e a mente nelas. O que determina a atração dos nossos sentidos e pensamentos é o valor que agregamos àquilo que contemplamos. Se sou materialista, tudo que reflete luxo me seduz; se hedonista, para àquilo que dá prazer irá o meu devaneio; Se avarento, presto culto ao dinheiro. Concluímos então que as pessoas se concentram naquilo que mais valorizam.
Os salmos são expressões originadas da contemplação de homens que amavam a Deus sobre todas as coisas e com Ele ocupavam a mente. Quais eram os objetos de meditação dos salmistas? As leis, os decretos, mandamentos, preceitos, testemunhos, conselhos, em suma, a Palavra de Deus. Esses homens de fé se debruçavam no meditar da Palavra, eles ansiavam a alvorada para examinarem as Escrituras (Sl. 119:148). Aprenderam Quem é Deus, a Sua vontade e Poder. Gozaram da transformação que o meditar na sabedoria Divina efetua. Não apenas a meditação na Palavra fazia esses homens desvanecerem de contentamento, também a criação (Sl. 8:3,4), a Majestade e os feitos históricos do EU SOU queimavam suas consciências. Deus era o Senhor também de seus pensamentos.
O resultado de uma vida meditativa é um caráter maduro, sereno e espiritualmente sensível. É prosperidade e sucesso como foi dito a Josué (Js.1:8); é bem-aventurança (Sl. 1:1,2); é júbilo (Sl. 63:5, 6); é uma compreensão que ultrapassar a dos mestres (Sl. 119:99). Sabendo de tudo isso, vale aplicar em nossa vida a exortação de Paulo a Timóteo: “Medita estas cousas e nelas sê diligente, para que o teu professo a todos seja manifesto” (1ª Tm. 4:14).
Pr. Alex Gadelha
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