O Desafio de Uma Equipe Pastoral Ética
Um pastor é uma autoridade. Alguém que exerce influência diretiva sobre outras pessoas, ou seja, alguém que devido à função em que foi colocado por Deus tem a responsabilidade e a capacidade de orientar a vida de outras ovelhas como ele. A autoridade pastoral deve ser conquistada pelo caráter e não pela imposição. Entenda caráter aqui como integridade, conhecimento, sabedoria, convicção, amor. É importante admitir que o ministério pastoral advém de um dom que precisa ser reconhecido pelos irmãos e desenvolvido por quem o recebeu. Ele precisa estar consciente de que é um dos muitos membros que integram o Corpo, por isso não deve fazer tudo em uma Igreja, precisa seguir a orientação bíblica de aperfeiçoar os santos para o desempenho do ministério, para a justa cooperação entre as partes. Sozinho ele adoece, enfarta. Em Corpo ele vive e deixa a Igreja viver.
Em algumas Igrejas o pastor não é o único a exercer este dom, portanto, ele tem a oportunidade de trabalhar com outros de mesma vocação. Isso é bom, é bíblico, mas também pode trazer problemas. Não somente devido a números, mas, sobretudo, por questões de relacionamentos. Em qualquer trabalho de Equipe as más intenções que habitam em nós insistem em se evidenciar através da competitividade, inveja, orgulho, mentira e ciúmes. É a tentação pelo poder que ainda teima em seduzir o homem e que precisa ser resistida, combatida, aniquilada. É a difícil prática de considerar os outros superiores. É a barreira do orgulho, o desafio de amar como Cristo amou.
Mas apesar da maldade intrínseca no homem, o trabalho em equipe, quando bem orientado, gera força, amadurecimento, confiança. Assim, uma equipe pastoral teologicamente afinada, respeitosa aos diferentes estilos no exercício do dom e tolerante aos tipos de personalidade tende a se tornar inabalável, restauradora. Ora, uma igreja local onde os seus pastores ultrapassam o coleguismo e cultivam amizades significativas irá desenvolver uma liderança curativa por ser imersa em amor. E isso é bom. Muito bom.
À medida que uma igreja cresce, surge a necessidade da equipe se estender para diferentes locais e servir a diferentes rebanhos. Nesse caso, como deve ser o relacionamento entre ministros e congregações? É preciso privilegiar o bom senso. Pois se na filosofia unipastoral as insatisfações correm entre os corredores da Igreja local, no pluripastoralismo tanto críticas honestas como comentários maliciosos podem rondar os ouvidos da Equipe. Para não ser usado como peça de xadrez, urge uma postura que não se precipite ao ouvir sobre as deficiências dos companheiros. Isso porque o contato e a prática ministerial mostram que deficiências e ineficiências são percebidas em qualquer pastor. Alguns têm problemas com o domínio da língua, outros com o da pregação; existem aqueles que são tímidos, como também os que lutam contra o temperamento explosivo; pode se falar dos maus administradores das finanças e do lar, além dos que combatem a preguiça e o orgulho. Enfim, percebe-se que pastores também cometem os mesmos erros dos humanos. Dos humanos, os “divinos” não erram.
Ora, por sermos vulneráveis, é necessário respeitarmos a fronteira ética entre a equipe, com uma atitude sincera e respeitosa à vocação e à pessoa do ministro. Isso não diz respeito a pecados, pois quando estes envolvem o todo precisam ser tratados mediante decisão coletiva, com uma disciplina que objetive a sincera restauração. Mas sobre o relacionamento entre pastores e congregações, mais especificamente sobre o derramar de queixas de membros sobre um colega, a reação à crítica ao terceiro ausente deve zelar pela discrição e pela honestidade, por aquele princípio bíblico de não aceitar acusação, senão na presença de duas ou três testemunhas. Às vezes as insatisfações e acusações de uma pequena parte da Igreja não refletem o todo nem a realidade. Ou às vezes as expectativas que as ovelhas criam sobre o pastor são irreais. Quando um pastor de outra localidade tem contatos esporádicos e superficiais com alguns membros, é preciso pesar as opiniões e a vida de Igreja, pois lá pode está alguém que serve há anos, que conhece histórias e intenções, que está semanalmente ensinando, ouvindo, vendo e falando com as ovelhas do pasto.
Um ministério pastoral saudável precisa cultivar um clima ético, acima de tudo amigável, transparente, leal. Um ambiente onde haja liberdade para ser quem se é e onde haja espaço para se abrir sem o medo de que tudo o que for dito num momento de crise pessoal possa ser usado em um outro de conflito e discordância. Que a tendência ad hominen esteja vigiada antes da exortação ou repreensão, mas que essas duas atitudes reparadoras sejam aplicadas com um espírito firme e brando. Que se olhe para o companheiro com um coração sinceramente preocupado em vê-lo crescer e não em rebaixá-lo ou agredi-lo por meio de um humor depreciativo, crítico e escamoteado.
Enfim, pastores que trabalham juntos devem não apenas olhar para a Igreja, mas sobretudo olhar para si e entre si. De maneira que se evite hipocrisia, privilégios e partidos. Também devem se esforçar por desenvolver uma sensibilidade capaz de discernir quando o outro precisa de conselhos, de suporte e de uma intervenção permitida. Penso que será assim que qualquer ministério pastoral vencerá o desafio de trabalhar em equipe e de forma ética.
Pr. Alex Gadelha
Em algumas Igrejas o pastor não é o único a exercer este dom, portanto, ele tem a oportunidade de trabalhar com outros de mesma vocação. Isso é bom, é bíblico, mas também pode trazer problemas. Não somente devido a números, mas, sobretudo, por questões de relacionamentos. Em qualquer trabalho de Equipe as más intenções que habitam em nós insistem em se evidenciar através da competitividade, inveja, orgulho, mentira e ciúmes. É a tentação pelo poder que ainda teima em seduzir o homem e que precisa ser resistida, combatida, aniquilada. É a difícil prática de considerar os outros superiores. É a barreira do orgulho, o desafio de amar como Cristo amou.
Mas apesar da maldade intrínseca no homem, o trabalho em equipe, quando bem orientado, gera força, amadurecimento, confiança. Assim, uma equipe pastoral teologicamente afinada, respeitosa aos diferentes estilos no exercício do dom e tolerante aos tipos de personalidade tende a se tornar inabalável, restauradora. Ora, uma igreja local onde os seus pastores ultrapassam o coleguismo e cultivam amizades significativas irá desenvolver uma liderança curativa por ser imersa em amor. E isso é bom. Muito bom.
À medida que uma igreja cresce, surge a necessidade da equipe se estender para diferentes locais e servir a diferentes rebanhos. Nesse caso, como deve ser o relacionamento entre ministros e congregações? É preciso privilegiar o bom senso. Pois se na filosofia unipastoral as insatisfações correm entre os corredores da Igreja local, no pluripastoralismo tanto críticas honestas como comentários maliciosos podem rondar os ouvidos da Equipe. Para não ser usado como peça de xadrez, urge uma postura que não se precipite ao ouvir sobre as deficiências dos companheiros. Isso porque o contato e a prática ministerial mostram que deficiências e ineficiências são percebidas em qualquer pastor. Alguns têm problemas com o domínio da língua, outros com o da pregação; existem aqueles que são tímidos, como também os que lutam contra o temperamento explosivo; pode se falar dos maus administradores das finanças e do lar, além dos que combatem a preguiça e o orgulho. Enfim, percebe-se que pastores também cometem os mesmos erros dos humanos. Dos humanos, os “divinos” não erram.
Ora, por sermos vulneráveis, é necessário respeitarmos a fronteira ética entre a equipe, com uma atitude sincera e respeitosa à vocação e à pessoa do ministro. Isso não diz respeito a pecados, pois quando estes envolvem o todo precisam ser tratados mediante decisão coletiva, com uma disciplina que objetive a sincera restauração. Mas sobre o relacionamento entre pastores e congregações, mais especificamente sobre o derramar de queixas de membros sobre um colega, a reação à crítica ao terceiro ausente deve zelar pela discrição e pela honestidade, por aquele princípio bíblico de não aceitar acusação, senão na presença de duas ou três testemunhas. Às vezes as insatisfações e acusações de uma pequena parte da Igreja não refletem o todo nem a realidade. Ou às vezes as expectativas que as ovelhas criam sobre o pastor são irreais. Quando um pastor de outra localidade tem contatos esporádicos e superficiais com alguns membros, é preciso pesar as opiniões e a vida de Igreja, pois lá pode está alguém que serve há anos, que conhece histórias e intenções, que está semanalmente ensinando, ouvindo, vendo e falando com as ovelhas do pasto.
Um ministério pastoral saudável precisa cultivar um clima ético, acima de tudo amigável, transparente, leal. Um ambiente onde haja liberdade para ser quem se é e onde haja espaço para se abrir sem o medo de que tudo o que for dito num momento de crise pessoal possa ser usado em um outro de conflito e discordância. Que a tendência ad hominen esteja vigiada antes da exortação ou repreensão, mas que essas duas atitudes reparadoras sejam aplicadas com um espírito firme e brando. Que se olhe para o companheiro com um coração sinceramente preocupado em vê-lo crescer e não em rebaixá-lo ou agredi-lo por meio de um humor depreciativo, crítico e escamoteado.
Enfim, pastores que trabalham juntos devem não apenas olhar para a Igreja, mas sobretudo olhar para si e entre si. De maneira que se evite hipocrisia, privilégios e partidos. Também devem se esforçar por desenvolver uma sensibilidade capaz de discernir quando o outro precisa de conselhos, de suporte e de uma intervenção permitida. Penso que será assim que qualquer ministério pastoral vencerá o desafio de trabalhar em equipe e de forma ética.
Pr. Alex Gadelha
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