O Cristo e o espírito natalino
Ao invés de uma árvore, uma manjedoura.
Não um gorro, mas uma coroa de espinhos.
Ele não possuiu um
casaco vermelho contra o frio.
Cobriram-no com um
manto de escárnio e sangue.
Panetones, nozes e chesters não estiveram sobre
sua mesa.
Apenas pão e vinho. “Corpo e sangue entregue por
vós”.
Gravatas, barbeadores e brinquedos?
Orações, sabedoria e amor.
Não um velhinho gordo e barbudo.
Um jovem com o corpo moído e rosto desfigurado.
Enquanto muitas renas puxam um trenó,
Ele sozinho arrasta o madeiro, até a ajuda de um
cireneu.
Nada de ostentação que acumula dívidas.
Salvação, perdão de pecados que gera paz.
O saco cheio de presentes, alegria efêmera.
Mãos e pés divinos perfurados, graça para a eternidade.
Ah! espirito natalino! Tão temporário e estéril,
performático.
Oh! Espírito Santo! Permanente e frutífero de
vida na fé.
No fim não se ouviu gargalhadas.
Mas um clamor: Pai! Perdoa-lhes, pois não sabem
o que fazem.
E quando as luzes de dezembro se apagarem,
O vento noéltico passará.
E quando os sinais se cumprirem,
O Cristo ressurreto voltará.
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