Ouvindo as Mesmas Coisas, Reagindo da Mesma Maneira e Continuando a Mesma Pessoa
As mensagens proclamadas nos templos da Igreja e entre as ruas da cidade falam as mesmas verdades, só que de formas diferentes. No conteúdo da pregação cristã está a obediência, o arrependimento, o perdão, a humildade, a pureza, a fé e tantos outros valores pautados na Pessoa de Jesus Cristo. Eles aparecem não só em forma de sermões, mas também por meio de louvores, peças teatrais e lieraturas, além do ensino nas escolas bíblicas e conversas informais. O fato é que estamos constantemente ouvindo ou falando sobre princípios divinos. Agora, se não obedecemos, uma coisa é certa, não é por falta de informações que o fazemos. Talvez em países não evangelizados o argumento do pecado por ignorância possa até ser usado, mas no nosso caso não.
Certa vez parei para observar a postura da Igreja durante um momento de culto. Os cânticos mostravam profundidade em suas letras, irmãos participavam compartilhando experiências significativas, a mensagem clara, simples e prática. Mas enquanto todas estas coisas boas aconteciam, alguns explicitamente permaneciam alheios, “por fora”, “voando”. Brincavam no celular, trocavam bilhetes e risos. Outros num ato de desrespeito a quem estava falando levantavam-se, desfilavam pelos corredores até chegar ao lado de fora para conversarem em um tom que chama a atenção de quem está querendo ouvir de Deus. O descaso chega a tal proporção que testemunhei um casal de namorados entre beijos e abraços do lado de fora, enquanto a Palavra era exposta pelo pregador. Que vergonha!
O preocupante é que o tempo vai passando e tal indiferença vai tornando-se hábito. Quando se cai nesse nível, as verdades transmitidas não penetram mais, não mexem, não alegram nem inquietam. Ora, perceba que a fé vem pelo ouvir, mas se não escutam, também não praticam e conseqüentemente, não experimentam transformação. Assim, o tempo corre e tais pessoas se tornam "mulas" de igreja, permanecendo imaturos, analfabetos no conhecimento de Deus e às vezes hipócritas, com gestos de louvor superficiais e jargões decorados.
Mas a pergunta crucial é: o que fazer para que valorizem o culto, a Palavra, a comunhão e a obediência a Deus? A resposta é: Não há o que fazer. Estou sendo sincero. Ninguém muda ninguém. Podemos até influenciar por meio do exemplo ou de ações que geram admiração ou rejeição, mas ninguém inventou o sensor que aciona a vontade humana para busca de Deus. Porque quem quer mudar precisa reconhecer e explicitar que quer isso. É um ato pessoal, individual, de per si. Isso não tem nada a ver com auto-afirmações positivas, mas sim com a necessidade de empenhar-se em fazer o que Deus ordena. Ora, quando se quer ser diferente pela santidade, então se é contemplado pelo Senhor, que dá a força necessária para deixar o pecado e praticar o bem.
Entenda que o conteúdo e a essência da mensagem do Evangelho devem continuar os mesmos. É a nossa postura que precisa ser diferente. Pois quem quiser ser transformado pela Palavra deve continuar ouvindo as mesmas coisas, mas com um espírito profundamente desejoso de praticar todas elas.
Pr. Alex Gadelha
Comentários